quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Nenhum de Nós

O Nenhum de Nós é uma banda do Rio Grande do Sul voltada atualmente ao estilo pop-rock. Fundada em 1986, conta até hoje com um estilo muito apreciado em todo o pais.
O início
Sady Homrich e Carlos Stein se conheceram nos tempos da primeira série escolar, mais tarde, na quinta série, conhecem Thedy Corrêa. Tudo isso no colégio lasallista Nossa Senhora das Dores, na rua Riachuelo em Porto Alegre. Ali, bem perto do Theatro São Pedro, onde os garotos nem imaginavam, viveriam momentos importantes da futura carreira.
Thedy ganhou um violão aos quatorze anos, foi aluno de violão clássico do professor Afrânio. Carlos, com quinze anos, comprou sua primeira guitarra , juntamente com seu irmão, Thedy e outro amigo em comum formam um grupo folk batizado de Quarteto Jererê.
Na faculdade, Carlão foi um dos fundadores do grupo Engenheiros do Hawaii. Depois de dois shows, saiu para formar uma banda com os amigos Thedy e Sady, sendo que este tinha na faculdade um grupo de samba-de-raiz chamado "Grupo do Fadinho". Após decidirem formar a banda, Sady começou a ter aulas de bateria com o professor Thabba. O "bat-local" do ensaio era a garagem da namorada de Thedy e contava com: uma bateria improvisada, uma caixa emprestada, um violão convertido fazendo a vez de contra-baixo e uma guitarra (sim, a guitarra era de verdade, o que não evitava as pedras jogadas pelos vizinhos). Depois de algum tempo, ensaiavam quase todas as tardes no bar Bangalô, onde Sady trabalhava como músico.
O espetáculo de lançamento do trio com o nome Nenhum de Nós foi no mesmo bar com um público de umas 80 pessoas entre amigos e parentes. Precisavam de um nome para a apresentação. Eles buscavam um nome que provocasse curiosidade e que denotasse algo em comum entre os três: Nenhum de Nós enxerga direito; Nenhum de Nós rodou na escola; Nenhum de Nós foi para o quartel" etc. De tanto se repetir ficou este o nome: NENHUM DE NÓS.

Plebe Rude

Banda formada nos anos 80 por Philippe Seabra, Gutje, André X e Jander Bilaphra. Em Brasília, fizeram parte da turma da Colina, integrada por outras bandas como Paralamas do Sucesso e Aborto Elétrico (que posteriormente deu origem Capital Inicial e Legião Urbana). O estilo da banda, repleto de críticas sociais e políticas, reflete toda a cultura punk da época, porém com uma preocupação maior nas composições e elaboração dos arranjos e melodias. Por estes fatores, é considerado uma mistura do punk rock, com a influência post punk inglesa e sua invasão oitentista do new wave. A Plebe Rude e a Legião Urbana fizeram um show num festival de rock em Pato de minas em 1981 e apos as apresentações acabaram sendo presos por causas de suas letras a Plebe por uma musica chamada "Voto em branco" e a Legião pela "Música urbana 2" mas todos acabaram soltos após a policia local ser informada por eles mesmos que eram de brasilia, temendo que eles fosem filhos de politicos.

O grupo dissolveu-se em meados dos anos 90, voltando a reunir-se em 2000 para gravar um álbum ao vivo, intitulado Enquanto a Trégua Não Vem. Em 2003, Gutje e Jander Bilaphra deixam a banda. A Plebe Rude volta na forma definitiva com Clemente, que também integra a banda Inocentes, e Txotxa, que já havia integrado a banda Maskavo Roots. Em 2006, com esta nova formação, lançaram o álbum intitulado R ao contrário.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Titãs

Titãs é uma banda pop rock brasileira formada em São Paulo na década de 1980, uma das mais bem-sucedidas comercialmente e influentes no Brasil dos últimos 30 anos, ao lado de Legião Urbana, Os Paralamas do Sucesso e Barão Vermelho. Entre suas músicas mais famosas estão Sonífera Ilha, Flores, Polícia, Comida, Marvin e Epitáfio.

No fim dos anos 70, em plena ditadura militar, um colégio em São Paulo se tornou um dos poucos pontos de resistência cultural. No palco do Equipe se apresentavam artistas de peso da música brasileira como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Clementina de Jesus e Cartola. Com essa efervescência, foi natural que os jovens com interesses artísticos acabassem se aproximando e criando espaços próprios. O evento “A Idade da Pedra Jovem”, promovido por essa turma em 1981, marcou a estréia de Sérgio Britto, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Nando Reis, Ciro Pessoa e Tony Bellotto num mesmo palco. Juntos, eles formavam o grupo Titãs do Iê-Iê, uma brincadeira para descontrair uma programação apresentada por gente com mais experiência do que aqueles meninos.

O que era para ser apenas diversão começou a ser encarado mais seriamente no ano seguinte. A estréia oficial dos Titãs do Iê-Iê, devidamente ensaiados e com repertório próprio, aconteceria no dia 15 de outubro de 1982, no Sesc Pompéia. A essa altura, Branco Mello já havia se integrado ao grupo e André Jung, assumido a bateria, instrumento que Nando Reis tocara na “Idade da Pedra Jovem” por pura falta de opção. Com nove músicos no palco, entre eles seis vocalistas, a banda chamava a atenção.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Casa das Máquinas

Casa das Máquinas é uma da banda brasileira de rock, fundada na década de 1970. A banda começou quando José Aroldo Binda (Aroldo) e Luiz Franco Thomaz (Netinho), dois ex-integrantes da banda Os Incríveis, juntaram-se a Carlos Roberto Piazzoli conhecido como Pisca, Carlos Geraldo Carge, ex-integrante da banda Som Beat, que tocava baixo e guitarra, e Pique, ex-integrante da banda de Roberto Carlos que tocava órgão, piano, saxofone e flauta.
No começo ficaram conhecidos como "os novos Íncríveis", fazendo shows por todo o Brasil.
Seu repertório incluia músicas de Elvis Presley, Paul Anka, Chubby Checker, Neil Sedaka, entre outros.
Nas apresentações vestiam figurinos, se maquiavam e davam grandes performaces teatrais no palco.
Em 1974 entraram em estúdio e gravaram seu primeiro LP, intitulado 'Casa das Máquinas'.
Neste primeiro disco a banda seguiu um padrão mais hard rock, que lembrava muito o estilo dos Incríveis.
Com a saída de Pique, logo depois da gravação desse disco, a vaga se abriu para um virtuoso tecladista da época, Mario Testoni Jr., que trouxe Marinho Thomaz (bateria), irmão de Netinho.
Entraram em estúdio e gravaram 'Lar de Maravilhas', em 1975, onde foi adotado um estilo mais progressivo.
Nessa época Netinho conheceu um grande compositor, ainda menor de idade, chamado Catalau, que havia sido descoberto em 1976 por Pisca e Netinho. A primeira letra que fez foi "Rock que se cria". Compõs com a banda dois discos, Lar de Maravilhas (1975) e Casa de Rock (1976).
No disco seguinte ocorreram algumas modificações na formação: Carlos Geraldo e Aroldo saíram e o grupo passou a procurar por um vocalista e um baixista.
Foi a vez de Simbas assumir os vocais principais; ex-vocalista do Mountry, banda de bailes e shows da época, Simbas trouxe para o grupo sua voz e seu estilo andrógino no palco.
Netinho ofereceu o convite para Simbas logo que chegou de uma viagem a Londres, indicado por Caramês (jornalista da revista POP); Simbas ainda teria tido outra oferta de ser vocalista da banda Tutti Frutti, de Rita Lee, porém optou pela proposta de Netinho e ingressou no Casa das Máquinas.
Entraram em estúdio e gravaram Casa de Rock, sem baixista; Pisca fez as linhas de baixo e só depois foi convidado João Alberto para assumir o posto de baixista.
Nessa mesma época o Casa conseguiu uma apresentação na TV Tupi, que não foi ao ar por causa da censura; Simbas teria vestido roupas chamativas e feito movimentos exóticos, e este teria sido o principal motivo. Mais tarde o vídeo estaria disponibilizado na internet.
Agora seria a vez de Marinho Testoni deixar a banda; seu contrato acabou na época e ele recebeu uma boa proposta para integrar o grupo Pholhas.
Seguindo o caminho a banda continuou sem tecladista fixo; Pisca, que era o gênio instrumental, tocava teclado em algumas musicas que não precisavam de guitarra, como "Vale verde" e "Mania de ser".
Entraram em estúdio e gravaram o videoclipe da música "Casa de Rock" que continha um cenário com máquinas e andaimes, lembrando mesmo o nome da banda, e publicado mais tarde no Fantástico, da TV Globo.
Quase no fim da carreira fizeram um show em Santos em 1978 que foi gravado em uma fita cassete e depois pirateado para CD, uma das últimas apresentações do grupo, que depois ficaria parado até dezembro de 2003.
Casa das Máquinas, enquanto grupo, acabou em 1978, não por um motivo específico, mas por uma conjunção de fatores. Alguns motivos que podem ter causado o fim da banda foram os seguintes:
O mercado fonográfico iniciava o processo de "profissionalização", fechando as portas para aqueles artistas que na época tinham propostas com qualidade, porém que tinham retorno a longo prazo.
A disco music estava crescendo no Brasil, ocupando assim o espaço que antes eram terreno de bandas como o Casa das Máquinas.
A ditadura militar, já em fase de agonia, fazia questão de incomodar ao máximo, e bandas como o 'Casa das Máquinas' eram taxados como maconheiros ou bichas, ou arruaceiros, enfim, marginais.
Daí utilizavam-se de pretextos para impedir a banda de se apresentarem na TV.
Houve o episódio da morte de um cinegrafista da TV Record, depois de uma briga que envolveu alguns membros do grupo. Segundo uma das versões do ocorrido, Simbas, que chegara aos estúdios da Record para se apresentar no programa de Raul Gil em um veículo dirigido por seu irmão, preferiu utilizar-se do portão dos fundos, em vez de entrar pela frente, onde estariam fãs.
Enquanto Simbas descarregava seus equipamentos, um motorista de ônibus que encontrou o caminho da saída bloqueado teria começado uma briga, e ao retornar e tentar apartar foi impedido por um câmera da Record, com quem acabou trocando chutes e socos;
Posteriormente o câmera teria sido internado em um hospital e acabaria falecendo devido a uma perfuração causada por uma fratura de costela.
Simbas teve de responder judicialmente, e, apesar de absolvido por homicídio, foi condenado por agressão.
Quando a banda acabou os integrantes tomaram os seguintes rumos: Simbas e Marinho Thomaz receberam o convite de Luiz Carlini para fazerem parte do Tutti Frutti; João Alberto seguiu Marinho Testoni para participar do Pholhas, Pisca permaneceu trabalhando como compositor e arranjador para outros nomes da música brasileira; Netinho retomou em sua antiga banda, Os Incríveis.
Em dezembro de 2003, Netinho remontou a banda para uma apresentação única em Matão, interior de São Paulo, e a resposta do público foi melhor que a banda esperava.
Nessa formação contaram com Netinho, Marinho Testoni e Marinho Thomaz, e foram chamados Nando Fernandes vocais, Andria Busic (Dr. Sin) no baixo e Sandro Haick na guitarra.
O retorno concretizou-se no final de 2007. A banda prepara um novo álbum para 2008, trinta anos após seu antecessor. Além de canções inéditas dando sequência à carreira, contará com algumas regravações em novos arranjos.
Em janeiro de 2008 foram convidados para tocarem no Festival Psicodália de Carnaval, na Serra do Tabuleiro, em Santa Catarina, com um público de 3000 pessoas e um repertório totalmente inédito.
A formação que se apresentou no festival do dia 3 de fevereiro de 2008 contou com Netinho seu irmão Marinho Thomaz, Marinho Testoni, Andria Busic e Faíska.
 

Quintal de Clorofila

Quintal de Clorofila foi um duo de folk psicodélico, formado pelos irmãos Dimitri e Negrende Arbo.
Eles fizeram parte do cenário folk gaúcho que se iniciou no final dos anos 1970, com grupos como Os Tápes, Almôndegas, Utopia e Grupo Terra Viva, e se extendeu aos anos 1980, com grupos como Tambo do Bando e Couro, Cordas e Cantos. Quintal de Clorofila é um dos poucos que chegaram a gravar um álbum, lançado pelo selo independente Bobby Som em 1983. Para esse LP, o grupo gravou composições próprias com letras do irmão deles, o poeta Antonio Calos Arbo. Nas palavras do próprio Dimitri Arbo, o som deles misturava jazz, rock, música medieval e ritmos africanos orientais e latinos, no que ele chama “Rock Viking”. Com certeza é uma musica complexa, com uma tremenda profundidade e inspiracão abundante, o que se evidencia ao longo de todas as faixas bastante atmosféricas do álbum.

O Terço

Um dos mais importantes grupos brasileiros do rock anos 70, o Terço nasce com a seguinte formação: Hinds (guitarra), César das Mercês (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria). Em 1970, com a substituição de Mercês por Jorge Amiden, o grupo lança seu primeiro LP (rock tipo anos 50, 60 com leves tintas progressivas). O segundo trabalho, também homônimo, traz uma sonoridade mais progressiva e é, talvez o disco mais homogêneo de toda sua carreira.
Dois anos depois, em 1975, seria lançado o LP que consagraria definitivamente a banda, formada então por Hinds, Magrão, Moreno e Flávio Venturini. "Criaturas da Noite" (que recebe, anos depois, uma versão em inglês entitulada "Shining days, summer nights") viraria hit nacional, vendendo centenas de cópias de milhares de cópias e presenteando o público com uma das obras-primas do progressivo brasileiro, a faixa "1974".
O Terço segue estrada, lançando, no ano seguinte, "Casa Encantada" (com participação na flauta e vocal, de Mercês), que também consegue boas vendagens. Esses dois álbuns seriam relançados em CD, na Itália, pela Vinyl Magic. Os trabalhos seguintes da banda, após a saída de Venturini (que funda o 14 Bis, com o qual grava 8 Lps e inicia carreira-solo...), seriam decepcionantes para os amantes do progressivo. "Mudança de tempo", "Som mais puro", "O Terço"...
Os fãs tem que esperar muitos anos até 1993, quando uma nova banda, formada por Hinds, Franklin Paolillo (bateria), Luiz de Boni (teclados) e Andrei Ivanovic (baixo), lança "Time Travellers", CD de progressivo sinfônico que, apesar de não ter nada a ver com os trabalhos consagrados do grupo, pelo menos resgata algo do estilo para os velhos seguidores. O grupo, em 1993, abriria o show do Marillion no Brasil com músicas do novo trabalho. Um ao vivo, pela Movieplay, seria publicado em 1994, apresentando o Terço junto a uma orquestra sinfônica." (ERP)

RPB: Em 1994, A Record Runner lançaria o mesmo disco ao vivo com orquestra com duas faixas extras também ao vivo. Em 1996, pelo selo Velas de Ivan Lins, sairia o disco "Compositores", onde a banda (reduzida a um trio Hinds, De Boni e Fernando Fernandes (baixo)) interpreta composições inéditas de músicos como Ivan Lins, Arnaldo Antunes, Vinícius Cantuária, Flávio Venturini, Lula Barbosa entre outros, mas também com músicas de Hinds e De Boni, entre elas uma bastante controversa: os riffs iniciais da guitarra de "Poeira" são idênticos à música da banda inglesa Arena "Midas Vision", do CD "Songs from the Lion's Cage", de 1995. Creio que nem a própria banda sabe disso.
Em 2000 a banda se apresenta no Rio Art Rock Festival, no Rio de Janeiro com um show curto mas aclamado como um dos melhores do evento.
Em 2001/2002, a banda ensaia uma volta com a formação clássica do disco Criaturas da Noite. Alguns ensaios chegam a se realizar mas a morte repentina de Moreno adia o projeto momentâneamente.

Músicos:
Sérgio Hinds - guitarra, viola e vocal
Sérgio Magrão - baixo e vocal
Luiz Moreno - percussão e vocal
Flávio Venturini - piano, teclados, viola e vocal

Bacamarte

Mario Neto iniciou seu trajeto musical aos seis anos de idade. Estudou com Silas Antonio do Espírito Santo, um grande mestre do violão, até sua partida para os Estados Unidos. O professor nunca mais voltou, a exemplo de tantos músicos brasileiros de real talento.

Em 1974, com quatorze anos, Mario resolveu montar um grupo para tocar composições próprias, uma mistura de música clássica com jazz, rock e música brasileira. Chamou Sergio Villarim, um músico também de formação clássica, para tocar teclados. Um dia, discutindo com Sergio o nome a dar ao grupo, Mario viu, sobre uma prateleira do quarto, um bacamarte artesanal, trazido pelo pai de uma viagem a Juazeiro. Uma arma que não serve mais para nada, que não fere mais ninguém. Eureka! O grupo deixara de ser pagão. Juntaram-se a esta formação inicial o baterista Nelson "Bombeiro" Paiva, o baixista Vinicius "Paçoca" de Oliveira e o cantor Hugo Lacerda. Com esta formação, o Bacamarte se apresentou em muitos festivais colegiais e universitários, obtendo sempre ótima recepção do público.

Em 1977, com nova formação que incluía José Lourenço (teclados), Delto Simas (baixo), Marco Veríssimo (bateria), Marcus Moura (flauta e acordeão) e Mr.Paul (percussão), hoje conhecido como Paulão, o Bacamarte fez muitos concertos, dois deles com o tecladista Jean Mauricio. A cereja no bolo foi uma memorável apresentação no programa Rock Concert (TV GLOBO), dirigido por Ronaldo Curi. Em 1979, Mario Neto produziu a fita que viria a se transformar no LP Depois do Fim. Naquela época, a hora de estúdio de gravação era absurdamente cara. Para reduzir o tempo de gravação, já sabendo que talvez tivesse que vender seu velho Chevette (herói de enchente), Mario promoveu uma maratona de ensaios, antes de ir para o estúdio. A gravação foi quase “ao vivo”: 19 horas de performance – nelas incluídos montagem, afinação de instrumentos, posicionamento de microfones, equalização etc - mais 6 de mixagem. Participaram da gravação: Sergio Villarim (teclados), Delto Simas (baixo), Marco Veríssimo (bateria), Marcus Moura (flauta e acordeão), Paulão (percussão) e a cantora Jane Duboc. Um elefante,“hóspede” de um circo montado ao lado do estúdio fez muito barulho, durante a gravação da música Pássaro de Luz. Até hoje, suas reais intenções permanecem desconhecidas. Logo após o término da gravação, surgiu a disco-music e Mario decidiu guardar a fita e esperar por um momento mais conveniente ao lançamento do disco.

Em 1982, por insistência do amigo Cid, Mario Neto levou a fita à Radio Fluminense FM. Foi recebido por Amaury Santos (produtor da área de música brasileira da rádio) que, imediatamente, colocou a fita num Ampex e ouviu todas as músicas. Terminada a audição, Amaury pediu que Mario a deixasse com ele. No dia seguinte, as músicas começaram a ser executadas na Rádio. A resposta dos ouvintes foi fantástica: pediam para ouvir mais e perguntavam quando sairia o disco. Este era o momento esperado por Mario. Antes do lançamento do disco, foram muitos shows, alguns em datas e/ou circunstâncias insólitas. Em uma apresentação no Circo Voador, em 25 de dezembro de 1982, havia dezenas de pessoas penduradas na estrutura metálica da iluminação (bem em cima do palco) e mais de mil não conseguiram entrar. Felizmente, não houve baixas e o espírito natalino tomou conta de todos. Em outra ocasião, num show na Ilha do Fundão, no encerramento de um encontro nacional de estudantes de Medicina, sob uma lona que parecia de circo (e era...), a partir da passagem do som e até o final da apresentação, foram ouvidos e sentidos em forma de vibração no piso os rugidos de um leão preso num carro-jaula atrás do palco. Medo, muito medo! Porém, o show tinha que continuar... Aparentemente, o rei da selva, exilado no circo, gostou do show, porque não houve baixas na plateia, no palco ou na jaula.

No início de 1983, a fita virou bolacha: foi lançado o LP Depois do Fim! Nesta ocasião, tocavam nos shows Sergio Villarim (teclados), Wiliam Murray (baixo), Mario Leme (bateria), Marcus Moura (flautas e acordeão) e Paulão (percussão), com as participações especialíssimas de Jane Duboc e Miriam Perachi (vocais). Foram vendidas 10.000 cópias, um grande sucesso para uma produção independente. Apesar disto, o trabalho não ganhou espaço na grande imprensa. Pouco tempo depois, a Rádio Fluminense foi vendida e o perfil de sua programação mudou.

O disco Depois do Fim, antes mesmo do advento da Internet, seguiu sua vocação global. Teve ótima aceitação no Japão, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Itália, Argentina e Estados Unidos. Foi incluído na lista ALL TIME TOP 100 ROCK ALBUNS, elaborada por críticos da revista holandesa Exposure, ao lado de nomes como Beatles, Santana, Hendrix, Renaissance, Yes, Stones, Simon & Garfunkel etc. Compromissos pessoais impediram Mario Neto de partir para o exterior, em busca da consolidação do mercado externo para seu trabalho, e o afastaram dos palcos e gravações. Ele voltou-se, então, para a composição e o estudo de outros instrumentos.

Em 1995, nos Estados Unidos, leitores da revista Exposé elegeram o Depois do Fim como o LP mais esperado na versão CD. Eles não tiveram que esperar muito. No mesmo ano, por ocasião do lançamento do CD pelo selo Rarity, o Bacamarte fez vários concertos com as participações de Sergio Villarim (teclados), Wiliam Murray (baixo) e Renato Teixeira (bateria).

Em 1996, o Bacamarte se apresentou no Rio Art Rock Festival, no então Metropolitan, com uma substituição nos teclados: a entrada de Robério Molinari. Então, Mario Neto decidiu, finalmente, gravar a suíte Sete Cidades. As músicas do CD, em sua maioria, foram compostas antes do lançamento do Depois do Fim e ficaram guardadas para futura utilização num segundo disco do Bacamarte. Contudo, obstáculos profissionais e pessoais dos músicos, que então se apresentavam com o Bacamarte, levaram Mario Neto a gravar o Sete Cidades como um disco solo. Foram muitas madrugadas, nos anos de 1997 e 1998, nas quais Mario tocou violões, guitarras, piano, teclados, baixos (acústico e fretless), bateria e percussão, além de cantar. O tecladista Robério Molinari participou da gravação de 5 faixas.

O CD Sete Cidades foi lançado em 1999. Em 2000, foi realizado um único concerto de lançamento do novo CD, na Lona Cultural João Bosco, no Rio de Janeiro, com a participação de Robério Molinari (teclados), Vitor Trope (baixo) e Alex Curi (bateria). Apesar da tempestade que caiu naquela noite, foi gente e não água que saiu pelo ladrão.

Em 2009, Emílio Magnano, então Gerente Comercial da Som Livre, teve a ideia de relançar o Depois do Fim, em comemoração aos 30 anos de sua gravação. Estas são suas palavras, na primorosa reedição, remasterizada a partir da fita original: “É com muito orgulho que a Som Livre resgata essa pérola perdida de nossa música. Mario Neto e seu “Bacamarte” de sons representou muito bem nosso país em todas as listas espalhadas pelo globo sobre os melhores trabalhos do gênero, dividindo estas com gigantes como Pink Floyd, Genesis, Renaissance, entre outros. Após anos indisponível “Depois do Fim” volta, para ser relembrado por uns, descoberto por outros e apreciado por todos.” No mesmo ano, a Som Livre licenciou o lançamento da versão japonesa do Depois do Fim, com os textos do encarte vertidos para o Japonês. A partir de então, National Kid pôde entender as letras das músicas...

2012 assistiu ao retorno do Bacamarte aos palcos. Foram dois concertos no Rio de Janeiro: um no Teatro Rival e outro no Circo Voador. O segundo comemorou os 30 anos da lendária casa, onde, na década de 80, o Bacamarte bateu repetidas vezes o recorde de público. Em ambos os shows, foram executados, na íntegra, os discos Depois do Fim e Sete Cidades.
Participaram dessas apresentações: Nilo Rafael (teclados), William Murray (baixo), Marcus Moura (flautas e acordeão), Paulão (percussão), Alex Curi (bateria), Robério Molinari (teclados), Vitor Trope (baixo) e Jane Duboc (vocal). Além de um reencontro musical há muito esperado e cobrado, os shows tiveram alta voltagem afetiva, com fãs chorando e, em pé, na madrugada, aguardando, para expressar sua alegria aos músicos e apresentá-los a filhos e netos.

Todos sabem que os shows do Bacamarte não são eventos corriqueiros. Não por acaso, três gerações de admiradores se encontram nessas raras oportunidades. Para além de uma experiência musical, são momentos de alta troca emocional entre os músicos e a plateia, bem como entre os próprios espectadores. Os registros disponíveis no You Tube dão uma pálida ideia da eletricidade que a execução das músicas do Bacamarte gera.

Ratos de Porão

Ratos de Porão é uma banda de hardcore e crossover thrash brasileira formada em 1981, durante a explosão do movimento Punk em São Paulo. Com mais de vinte anos de carreira, são referência nacional no gênero e reconhecidos também internacionalmente, principalmente na Europa.

História
No início da década de 1980, influenciado pelo movimento punk que começava a tomar forma em São Paulo, João Carlos Molina Esteves (o Jão, vocalista e guitarrista) formou o Ratos de Porão com seu primo Roberto Massetti (o Betinho, baterista) e o amigo Jarbas Alves (o Jabá, baixista). Em 1983, já com Mingau na guitarra, gravaram seu primeiro registro musical na coletânea SUB e participam do festival O Começo do Fim do Mundo, que reuniu vinte bandas no Sesc Pompéia, em São Paulo, se tornando um marco do movimento. João Gordo entrou em 1983, para mais uma mudança na formação, e a banda lança Crucificados Pelo Sistema.

Deixando de lado o punk puro e passando por estilos como o hardcore e o thrash metal, ganharam notoriedade também no exterior (sempre no underground punk/metal e principamente por terem assinado com a Roadrunner Records européia, graças a uma ajudinha de Igor Cavalera, então baterista do Sepultura), chegando a lançar alguns discos com versões em português e inglês. Por deixar de lado o punk puro e se tornar apresentador de programa de TV, João gordo passou a ser chamado de traidor por algumas pessoas.

Em 1995, lançaram Feijoada Acidente?, um tributo a bandas punk nacionais e internacionais. O título é uma paródia a The Spaghetti Incident?, disco do Guns N' Roses que também é um tributo.

Para comemorar seus vinte anos de estrada, regravam o primeiro disco e então lançam Sistemados Pelo Crucifa, que vem com uma revista contando a trajetória da banda.

Depois de oito meses parados, os Ratos de Porão tocaram no festival paulista Maquinaria Rock Fest em 17 de maio de 2008. João Gordo com todo o seu jeito extrovertido agitou o público com clássicos como "Igreja Universal" e "Beber Até Morrer".

Joelho de Porco

O Joelho de Porco é um dos grandes nomes do rock-humor brasileiro.

"Amadrinhado" pela cantora Aracy de Almeida e precursor do movimento punk no Brasil, o grupo paulistano surgiu em maio de 1972, quando tocaram no TUCA, em São Paulo, e era formado por: - Tico Terpins (violão,voz, guitarra base - ex-Os Baobás); - Gerson Tatini (baixista que tocou guitarra por alguns meses, em 1972); - Walter Baillot (guitarra solo - ex-Provos - substituto de Gerson Tatini, convidado pelo baixista Rodolfo Ayres Braga); - Próspero Albanese (bateria e vocais); - Conrado Assis Ruiz (guitarra, piano e vocais - ex-Mona); e, - Rodolfo Ayres Braga (baixo e vocais - ex-Terreno Baldio, ex-The Jet Black's).

Com esta formação - em 1972 - gravaram o compacto simples "Se Você Vai de Xaxado, Eu Vou de Rock And Roll/Fly America", produzido pelo ex-Mutantes Arnaldo Baptista. Dois anos depois, o Joelho lançou seu primeiro LP, "São Paulo 1554/Hoje"; um dos mais elogiados discos do pop da época, misturando rock pesado e referências tropicalistas em faixas como "Boeing 723897" e "Mardito Fiapo de Manga".

Em 1976, entrou o vocalista (e, em seguida, ator) Ricardo Petraglia, que participou de alguns shows. Logo após, entra o cantor argentino Billy Bond, com quem a banda partiria para uma linha mais agressiva, próxima do punk rock que explodia naquela mesma época na Inglaterra.

Nesta fase, começa o desmanche da formação original da banda, com a saída dos músicos Conrado Assis Ruiz, Rodolfo Ayres Braga e Walter Baillot.

Em 1977, o Joelho gravou LP homônimo e, pouco tempo depois, encerrou suas atividades. Tico Terpins partiu para o mercado dos jingles publicitários, montando o estúdio Audio Patrulha.

Em 1983, Terpins - juntamente com Próspero Albanese e o cantor e compositor Zé Rodrix (ex-Sá, Rodrix e Guarabyra) - remontaram o Joelho, que voltou com o LP duplo "Saqueando a Cidade", cujos sucessos são: "Vigilante Rodoviário", "Vai Fundo" e "Funicoli, Funicolá" (versão roqueira da tradicional canção italiana).

Com o vocalista e fotógrafo David Drew Zingg, a banda ganhou o prêmio de melhor letra do Festival dos Festivais da TV Globo, em (1985), por "A Última Voz do Brasil". Em 1988, o Joelho de Porco lançou o LP "18 Anos Sem Sucesso", com repertório do pop americano pré-rock.

Em 1998, Tico Terpins morreu de enfarte.

Golpe de Estado

Golpe de Estado é uma banda de rock e hard rock, brasileira formada em 1985.
No final de 1985, na capital paulista, Nélson Brito (baixo) e Paulo Zinner (bateria) tocavam no Fickle-Pickle, onde posteriormente entrou – e saiu rapidamente – o vocalista Catalau.
Este projeto não durou muito, e o trio somente se reuniu novamente quando encontraram o guitarrista Hélcio Aguirra, integrante do Harppia.
Com o entrosamento entre seus músicos, Hélcio passa a se dedicar somente ao Golpe de Estado, cujas canções eram predominantemente hard rock, mas com muita influência de algo de heavy metal, além de serem cantadas em português. Em menos de um ano já tocavam pelos teatros e bares de sua cidade, e toda a recepção do público rapidamente culminou num primeiro registro, feito por Luiz Calanca, do Baratos Afins.
Simplesmente batizado de Golpe de Estado, o disco chegou ao mercado em 1986 com certa diferença em sua concepção, pois era um vinil com um dos lados em rotação 33 rpm e o outro em 45.
Com a confusão na hora de tocar o vinil, muitos ouvintes das rádios paulistanas acabaram ouvindo “Olhos de guerra” na rotação errada.
O álbum vende rapidamente cinco mil cópias, um número considerável em se tratando de um lançamento independente. Sem conseguir assinar com uma grande gravadora, partem para o segundo disco, novamente pelo Baratos Afins. Forçando a Barra sai em 1988 e até contou com a participação da dupla Arnaldo Antunes e Branco Mello (Titãs) em Onde há fumaça, há fogo. Naturalmente bem mais coeso que o trabalho anterior, as canções estavam soando ainda mais rock n´roll e até mesmo mais dançante, e faixas como Moon dog, Parte do inferno, Noite de balada e Cobra criada foram muito bem aceitas pelos fãs.
Nem Polícia Nem Bandido chega em 1989 pela gravadora Eldorado, e com este disco abriram para o Jethro Tull e Nazareth. Com os estabelecimentos onde tocavam sempre cheios, o Golpe de Estado já estava consolidado na cena paulistana, inclusive tocando com certa frequência na rádio FM 97 Rock.
O próximo álbum, sugestivamente chamado Quarto Golpe, sai em 1991. Os arranjos trazem mais influência de rock n´roll que anteriormente,[carece de fontes] e, com este álbum, abrem para o Deep Purple, para a felicidade total de Zinner, que alegou ter nesta banda sua maior influência.
Em 1994 lançam Zumbi, o primeiro álbum a ser lançado no formato CD, onde optaram por um caminho diferente do que haviam seguido até então; a faixa-título, por exemplo, teve sua letra escrita por Rita Lee, além de cantarem sua primeira canção em inglês, "Slow Down", juntamente com covers de "My Generation", do The Who e "Hino de Duran", de Chico Buarque.
Com Zumbi também começam alguns problemas para o Golpe de Estado; a gravadora Eldorado se perdeu no planejamento, liberando apenas 2000 CDs iniciais, que se esgotaram rapidamente, além dos boatos de que Zinner estaria deixando o Golpe, surgidos após o baterista também passar a tocar na banda de Rita Lee.
No próximo álbum, o primeiro ao vivo (chamado Dez Anos ao Vivo), que saiu pela Paradoxx Music em 1996, o Golpe de Estado teve sua primeira mudança na formação, com a saída de Catalau.
Problemas pessoais fizeram com que ele deixasse de cumprir seus compromissos profissionais, chegando a perder um show e a não comparecer no estúdio para gravar duas canções que também entrariam para neste disco.
 Quem assumiu o vocal foi Rogério Fernandes (Fickle Pickle e Eletric Funeral) nas canções Todo mundo tem um lado bicho e Cada um bate de um jeito.
Durante o ano de 1999, com o retorno de Catalau à banda, fazem diversas apresentações em grandes festivais.
 No ano seguinte quem assume de vez o microfone é Kiko Muller, que traz sua voz no álbum Pra Poder, de 2004, com produção musical assinada pela própria banda.
Em 2008 a música Real Valor foi utilizada em um projeto social. A banda Porto Cinco2 idealizou um projeto social que levava o nome da música do Golpe de Estado, o Projeto Real Valor. A banda regravou a música Real Valor e disponibilizou para baixar na web à um valor em dinheiro, a exemplo de muitas bandas como U2 e Green Day.
O projeto se estendeu por 6 meses, e teve por objetivo arrecadar fundos para a CUFA (Central Única das Favelas). O projeto ainda foi apoiado por Catalau, ex-vocalista da banda e compositor da música.
Em março de 2010 entram na banda Dino Linardi e Roby Pontes, respectivamente nos lugares de Kiko Muller e Paulo Zinner. No mesmo ano a banda retoma o ritmo de shows e compõe o que viria a ser o novo disco inédito, "Direto do Fronte". Em 2011, revigorada e em plena atividade a banda entra no famoso estúdio Mosh e grava o disco "Direto do Fronte" que conta conta com a participação de Dinho Ouro Preto.
Em 2012 a banda retorna com força total com o lançamento do disco "Direto do Fronte" pela gravadora Substancial Music e inicia a turnê de divulgação desde disco. Nos shows, além das inéditas, do recém-lançado álbum, “Direto do Fronte” (muito bem faladas pela crítica e fãs), embala novamente canções que fizeram a cabeça de muitos da geração dos 80.
No fim de 2012, a gravadora Substancial Music relança os álbuns "Nem Polícia, Nem Bandido", "Quarto Golpe", "Zumbi" em versões remasterizadas e com novo encarte.
Em 2014 Hélcio Aguirra, um dos integrantes fundadores da banda Golpe de Estado morreu aos 54 anos. O guitarrista foi encontrado pela irmã em seu apartamento em São Paulo e faleceu enquanto dormia.
Com quase três décadas de carreira, o Golpe de Estado marcou época no rock nacional, principalmente no cenário underground, entre os anos 1980 e 1990.
A banda viajava o Brasil com shows de divulgação do álbum Direto do Fronte (2012), seu oitavo e último trabalho da carreira.
A banda encerrou suas atividades em 10 de Junho de 2015, através de um comunicado feito pelo baixista Nélson Brito. O último show foi feito em 15 de Janeiro.
Em janeiro do 2016 a banda retoma as atividades com nova formação:
Integrantes
Formação atual:
João Luiz: - voz
Nelson Brito: baixo
Roby Pontes: bateria
Marcello Schevano: guitarra
Ex-integrantes:
Helcio Aguirra
Catalau
Kiko Müller
Paulo Zinner
Dino Linardi
Tadeu Dias
Rogério Fernandes
Discografia:
1986: Golpe de Estado (Baratos Afins)
1988: Forçando a Barra (Baratos Afins)
1989: Nem Polícia Nem Bandido (Eldorado)
1991: Quarto Golpe (Eldorado)
1994: Zumbi (Eldorado)
1996: Dez Anos ao Vivo (Paradoxx Music)
2004: Pra Poder (Unimar Music)
2012: Direto do Fronte (Substancial Music)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Rita Lee

Rita Lee Jones de Carvalho, mais conhecida como Rita Lee (São Paulo, 31 de dezembro de 1947), é uma cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista brasileira. Conhecida como a "Rainha do Rock Brasileiro",  Rita alcançou a impressionante marca de 55 milhões de discos vendidos. Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como a psicodelia durante a era do tropicalismo, o pop rock, disco, new age, a MPB, Bossa nova e eletrônica, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais.
Rita Lee é uma das mulheres mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres.
 Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1968-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978) .
Lee participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nas paradas de sucesso, sendo "Ovelha Negra", "Mania de Você", "Lança Perfume", "Agora Só Falta Você", "Baila Comigo", "Banho de Espuma", "Desculpe o Auê", "Erva Venenosa", "Amor e Sexo", "Reza", "Menino bonito" e "Doce vampiro", entre outras, as mais populares.
O álbum, Fruto Proibido (1975), lançado juntamente com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como sua obra-prima.
Em 1976, Lee começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então ele tem sido o parceiro da maioria de suas canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. Ambos tiveram o filho Beto Lee, também guitarrista, que acompanha os pais nos shows. Rita Lee também é vegetariana e defensora dos direitos dos animais.
Com uma carreira que alcançou os 50 anos, Rita Lee passou da inovação e do gueto musical do final dos anos 60 e anos 70 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 80 e uma revolução musical. e já se apresentou com inúmeros artistas que variam de Elis Regina, João Gilberto à banda Titãs.
Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos 100 Maiores Artistas da Música Brasileira, onde Rita Lee ocupa o 15° lugar.
Nascida como Rita Lee Jones, no dia 31 de dezembro de 1947, na capital paulista, Rita é a filha mais nova do dentista Charles Fenley Jones, imigrante americano, e de Romilda Padula Jones, filha de italianos. Seus pais tinham outras duas filhas: Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones.
Rita nasceu e cresceu no bairro da Vila Mariana, onde viveu por muitos anos, até o nascimento de seu filho. O bairro é especial a Rita, já que lá ela tem uma grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida.
Ela foi educada no colégio francês paulistano Liceu Pasteur, e hoje fala fluentemente português, inglês, francês, castelhano e italiano. Também chegou a cursar Comunicação Social na Universidade de São Paulo em 1967, na mesma turma da atriz Regina Duarte, mas deixou a universidade durante o primeiro período.
Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava ser cantora de rock, mas ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que seu pai queria, odontologia.
 Suas primeiras influências musicais foram Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones, mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Tito Madi e João Gilberto, Emilinha Borba, Cármen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa por influência dos pais.
Na adolescência passa a se interessar por música e começa a se apresentar em escolas da região como componente do "Tulio's trio".
 Em 1963, forma-se um conjunto com mais duas garotas, as Teenage Singers (Cantoras Adolescentes), que participam de shows e de festas colegiais. No ano seguinte elas conhecem um trio masculino, Wooden Faces.
Os dois grupos se juntam, formando o Six Sided Rockers, banda que depois se chamará O'Seis, que chega a gravar um disco compacto com duas músicas.
Com a saída de três componentes, sobram Rita, Arnaldo e Sérgio que passam a se chamar "Os Bruxos". Por sugestão de Ronnie Von, o grupo passou a chamar-se "Os Mutantes".
Por um período de seis anos, Rita Lee foi, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, integrante da banda Os Mutantes, considerada por muitos especialistas em música, a maior banda da história da música no Brasil, sendo consagrada e admirada por muitos fora do pais como o ex Beatle Ringo Starr. cantando, tocando flauta e percussão, além de performances bissextas no sintetizador, no banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (como na música "Caminhante Noturno") e uma bomba de dedetização (em "Le Premier Bonheur du Jour") e sendo letrista. Em 1967, a banda acompanhou Gilberto Gil no III Festival de Música Popular Brasileira da (TV Record) na apresentação da canção antológica "Domingo no parque".
 Foram gravados seis álbuns (tendo o primeiro, de 1968, como uns dos álbuns mais importantes da história da música brasileira), que deram origem a hits como "A Minha Menina", "Dom Quixote", "Balada do Louco", "Dois Mil e Um" (primeira música a misturar o som sertanejo com rock'n roll) e o mais relevante:
 "Ando Meio Desligado". A mesma foi uma das músicas mais tocadas e vendidas do ano de 1970. Entre 1968 e 1972, Rita Lee foi casada com o companheiro de banda Arnaldo (o divórcio seria assinado somente em 1977).
Acompanhada dos componentes dos Mutantes, Lee gravou dois discos solo. O primeiro foi Build Up (1970), com algumas composições em parceria com Arnaldo Baptista, que originalmente era o repertório de um show que foi feito exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de São Paulo).
Deste disco saiu seu primeiro single solo, José (uma versão de Nara Leão para o hino francês "Joseph"). O segundo disco Hoje é o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida (1972), foi lançado com o seu nome pois Os Mutantes já tinham lançado disco naquele ano e a gravadora não permitiu que gravassem outro. Com isso, Os Mutantes gravaram e só a Rita assinou.
Em decorrência do fim de seu casamento com Arnaldo e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda estava tomando, Rita foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo. Dentre distintas histórias e controvérsias, ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o virtuosismo necessário para tocar o rock progressivo, novo interesse da banda.
A informação de Rita acabou se tornando uma grande discussão. Alguns diziam que ela teria saído do grupo. Entretanto, em 2007, Arnaldo admitiu em entrevista: "Mandei a Rita embora dos Mutantes".
Formou com a amiga Lúcia Turnbull uma dupla no estilo folk rock,
As Cilibrinas do Éden, cuja única gravação, ao vivo, no festival Phono 73, foi lançada recentemente, mais de 35 anos depois.
Rita e Lúcia desistem da dupla e formam a banda Tutti Frutti com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci, entre outros.
Rita, além de cantar, tocou piano, sintetizador, gaita e violão. Um contrato com a gravadora Philips é assinado, mas esta exige que o grupo assine como "Rita Lee & Tutti-Frutti". O que seria o primeiro disco do grupo não é lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os executivos, que o consideraram "alternativo demais".
 Eles voltam ao estúdio e Atrás do Porto Tem uma Cidade é gravado e lançado.
Juntamente com o disco, é lançado o single Menino Bonito, que se torna a primeira música da banda a entrar na parada nacional, fazendo um amplo sucesso. Mamãe Natureza (primeira música composta por Rita após sua saída dos Mutantes) e Ando Jururu emplacaram paradas regionais.
Com o disco Fruto Proibido, lançado em 1975 pela Som Livre, Rita Lee alcança consagração mundial. O primeiro single, "Agora Só Falta Você" chega a segunda posição na parada nacional e instantaneamente se torna um grande sucesso.
"Esse Tal de Roque Enrow", "Luz del Fuego" e "Dançar Pra Não Dançar" também foram bem-recebidas pelas rádios, chegando a posições relevantes.
Surpreendentemente, o último single, "Ovelha Negra", torna-se um sucesso inesperado quando emplaca a primeira posição da parada nacional no mesmo ano.
Segundo a revista Rolling Stone, a música foi a primeira a citar o evento dos "filhos saírem da casa dos pais" e por isso teve tal repercussão estrondosa.
Fruto Proibido, considerado uma obra prima do rock nacional, torna-se uma espécie de manual para fazer-se rock em português e chega a vender mais de 700 mil cópias, sendo certificado como platina duplo.
O terceiro disco, Entradas e Bandeiras, é lançado em 1976.
O single "Coisas da Vida" atinge a décima posição na parada radiofônica nacional e se torna uma das mais tocadas do ano.
Outros singles foram "Corista de Rock" e "Com a Boca No Mundo". O disco também contava com a faixa "Bruxa Amarela" que foi composta por Raul Seixas e Paulo Coelho.
Devido a uma crise de estresse, Lee fica afastada do processo de mixagem deste disco, fato que ocasiona em um som mais pesado com a nítida predominância da guitarra de Carlini.
Apesar de não fazer tanto sucesso quanto o seu antecessor, "Entradas e Bandeiras" também é certificado como platina duplo.
No mesmo ano conhece o músico carioca Roberto de Carvalho e inicia uma parceria musical/amorosa de sucesso, que segue até os dias atuais.
Em agosto do mesmo ano, durante sua primeira gravidez e morando com Roberto, foi presa por porte e uso de maconha. Na verdade, tal episódio, considerado um dos mais truculentos da ditadura militar, foi um ato do regime com a finalidade de “servir de exemplo à juventude da época”, já que a cantora alegou que tinha deixado de usar drogas por causa da gravidez e que o que foi encontrado na época seriam restos usados por amigos e frequentadores da casa.
 Mesmo assim, Lee foi condenada e ficou um ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair de casa e fazer shows. Abalada e sem dinheiro, compôs com Paulo Coelho a polêmica “Arrombou a Festa”, música que criticava o cenário da MPB da época.
O single bateu recordes de venda, com 200 mil cópias vendidas.
Com o namorado definitivamente incorporado à banda, Rita fica livre da prisão domiciliar e, mesmo grávida, sai em turnê com Gilberto Gil. O show, denominado Refestança, foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera do show.
Rita dá à luz seu primeiro filho, Beto Lee em 1977, seguido por João em 1979, e Antônio em 1981, todos tendo Roberto de Carvalho como pai.
Em 1978, a banda lança o disco Babilônia, que produziu os singles bem-sucedidos "Jardins da Babilônia", "Agora é Moda" e "Eu & Meu Gato". Outro destaque do disco foi a futurista "Miss Brasil 2000".
Esse disco fez enorme sucesso sendo um dos mais famosos da Rita. Babilônia tem sido considerado por muitos como o último disco puramente de rock de Rita.
Depois do lançamento do disco, a banda se desfez.
Carlini, insatisfeito com sua posição secundária após a entrada de Roberto de Carvalho, resolve deixar o grupo e leva consigo o nome "Tutti Frutti", o qual havia sido registrado por ele.
Assim, Rita reformulou a banda e colocou na estrada o show "Rita Lee & Cães e Gatos", nome dado devido às brigas internas durante os ensaios.
Esse show deu origem a um dos primeiros álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.
A partir de 1979, Rita e Roberto de Carvalho começam a fazer discos e shows juntos - no formato dupla dinâmica - e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular.
Desenvolvem um estilo único, que se manifesta em vários álbuns desde então, os quais extrapolam as fronteiras de nosso país. Acontecem então grandiosos espetáculos, diversos especiais para a Rede Globo num sucesso maciço de vendas e execução em rádios.
O primeiro trabalho em disco da dupla Lee/Carvalho foi o álbum Rita Lee, mais conhecido por Mania de Você, de 1979, álbum que obteve enorme sucesso com canções, incluindo o hit que deu nome ao álbum, como "Doce Vampiro", "Chega Mais", "Papai Me Empresta o Carro" e "Corre-Corre" entre outras tantas. Rita se transforma na cantora de maior sucesso do Brasil.
A grande dúvida da mídia na época era se essa febre iria durar até o próximo verão. A resposta veio com o disco seguinte, o histórico Rita Lee de 1980, mais conhecido pelo seu hit Lança Perfume. Do repertório fazem parte canções como (além da própria Lança Perfume), "Baila Comigo", "Nem Luxo Nem Lixo", "Orra Meu", "Shangrilá" e "Bem-me-quer".
Lança Perfume estaciona por 2 meses em 1º lugar nas paradas de sucesso da França, chega em sétimo lugar da parada da Billboard e é lançado com grande êxito em vários países da Europa e América Latina.
Até o Príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.
Em 1981 gravam o álbum Saúde, e o sucesso continua em músicas como a titular "Saúde", "Atlântida", "Banho de Espuma", e "Mutante".
Seguem-se através dos anos hits como Flagra, Cor de Rosa Choque ,Só de Você, On the Rocks, Desculpe o Auê, Vírus do Amor, Bwana, Pega Rapaz, Zona Zen, Dias Melhores Virão, Yê Yê Yê, La Miranda, Perto do Fogo, Livre Outra Vez, Caso Sério, Barata Tonta, etc.
Desde a década de 1960, quando surgiram os Festivais de Música Popular Brasileira até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos musicais, apresentando novos e conhecidos talentos, eles registravam índices recordes de audiência. Rita Lee participou do especial Mulher 80 (Rede Globo, 1979), um desses momentos marcantes da televisão.
O programa, dirigido por Daniel Filho, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.
Os discos lançados a seguir tornam-se sucesso de público e crítica:
Rita Lee (1980) com Lança Perfume, Baila Comigo, Caso Sério, Orra Meu e Nem luxo nem lixo.
Saúde (1981) teve os sucessos com a música faixa título além de Banho de Espuma, Mutante, Atlântida e Tatibitati.
Rita Lee e Roberto de Carvalho (1982), com Flagra, Só de Você, Vote em Mim, Barata Tonta e Cor de Rosa Choque.
Bombom (1984) foi mal recebido pela crítica, mas teve os hits Desculpe o Auê e On the Rocks e ainda como temas de novelas Raio X e Bobos da Corte.
Rita e Roberto (1985) foi aclamado pela crítica, mas não fez tanto sucesso quanto os anteriores junto ao público. Deste disco os hits são Vírus do Amor, Yê yê yê e Noviças do Vício. Neste mesmo ano Rita Lee se apresenta na 1ª Edição do Rock in Rio, apresentação que marca sua volta aos palcos após dois anos.
Ainda em 1985 Rita participa como uma das juradas do Festival dos Festivais, na qual foi júri ao lado de personalidades como Marcelo Tas e Malu Mader.
Flerte Fatal em (1987) com os sucessos Bwana, Xuxuzinho, Brasix Muamba e Pega Rapaz.
O álbum precedeu a vitoriosa Tour 87/88 onde Rita se despediu de shows em grandes ginásios, percorreu todo o pais finalizando com shows na Europa e Estados Unidos em 1988.
Zona Zen em (1988)com os hits Livre Outra Vez, Independência e Vida, Zona Zen e Nunca Fui Santa.
No fim da década de 1970 e durante todos os anos 80, influenciados pela Disco Music,
 Rita e Roberto emplacam sucesso após sucesso nas paradas. Rita ainda passa por intervenções cirúrgicas na época: uma devido a calos nas cordas vocais e outra na face, devido a um acidente de carro.
Em 1990, Rita Lee lança o álbum Rita Lee e Roberto de Carvalho, que teve entre suas faixas a música "Perto do Fogo", uma composição de Rita Lee e Cazuza e também os hits 'La Miranda' uma Ode à Carmem Miranda, que foi tema de abertura da Novela 'Lua Cheia de Amor' e Esfinge. Após o lançamento do álbum, Rita Lee e Roberto de Carvalho se separam e ambos seguem em carreira solo.
Carreira solo e retorno de Roberto de Carvalho (1991-1999)
Em 1991, Rita separa-se temporariamente de Roberto de Carvalho, profissionalmente, e inicia a bem-sucedida turnê voz-e-violão Bossa 'n' Roll. No mesmo ano, estreou o TVleezão, seu programa na MTV Brasil.
 Em seguida lança o disco Rita Lee em 1993, dedicado a um rock'n'roll mais purista.
O casal só viria a dividir o palco novamente em 1995, durante a turnê do álbum A Marca da Zorra, foi com essa turnê que Rita Lee abriu o primeiro show dos Rolling Stones no Brasil. Pouco antes de Rita abrir esse show ela deu entrada no hospital por ter misturado calmantes e álcool.
No ano seguinte, sob o efeito de barbitúricos, sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, esfacelando seu côndilo maxilar e tendo que passar por uma cirurgia para colocação de pinos de titânio. Os médicos teriam dito que, após o acidente, ela jamais voltaria a cantar. Contudo, depois da cirurgia bem-sucedida e diante da possibilidade de retomar sua carreira, Rita teria se comprometido a largar as drogas e as bebida alcoólicas, o que, segundo uma declaração da cantora ao programa Fantástico (Rede Globo), só fez totalmente em janeiro de 2006, depois de procurar ajuda em uma clínica de reabilitação, a qual ela chama de "hospício", conseguindo frequentar palestras e fazer tratamento, obtendo êxito. Ainda em 1995 a música "Vítima" fez sucesso e foi tema de abertura da novela A Próxima Vítima.
Em dezembro de 1996, Rita, após vinte anos de união conjugal, realizou seu casamento civil com Roberto de Carvalho, passando a assinar Rita Lee Jones de Carvalho.
Em 1997, Rita lança o álbum Santa Rita de Sampa, o álbum teve como grande hit a música "Obrigado Não", a música "Dona Doida" foi tema de abertura da novela Zazá, o álbum possui ainda uma música chamada "Homem Vinho" a qual é uma homenagem de Rita para Caetano Veloso. esse disco foi aclamado pela critica e pelo público, sendo um sucesso de vendas.
Em 1998, lança seu Acústico MTV que foi um grande sucesso de vendagens e crítica. O CD conta com a participação de Cássia Eller na música "Luz del Fuego", a cantora Paula Toller na canção "Desculpe o Auê", a banda Titãs em' Papai Me Empresta o Carro" e Milton Nascimento em "Mania de Você".

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Moto Perpétuo

Moto Perpétuo foi uma banda brasileira de rock progressivo dos anos 1970. Participaram da banda o cantor e compositor Guilherme Arantes (piano e vocais), Egydio Conde (guitarra solo e vocais), Diogenes Burani (percussão e vocais), Gerson Tatini (contra-baixo e vocais) e Cláudio Lucci (violões, violoncelo, guitarra e vocais).

A banda foi formada em 1973, quando Guilherme Arantes e Cláudio Lucci se conheceram na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Logo convidaram Diógenes Burani, velho amigo de Arantes, e em seguida Gerson Tatini e Egydio Conde. A banda contou com o apoio do empresário Moracy do Val, que havia acabado de lançar o grupo Secos e Molhados, sucesso absoluto na época.

O Moto Perpétuo lançou, em 1974, um álbum homônimo pela gravadora Continental, notadamente influenciado pelo Clube da Esquina e por famosas bandas de rock progressivo como o Genesis e Yes - influências estas que, entre outras, se fariam sentir na primeira fase da carreira solo de Guilherme Arantes. Este álbum foi remasterizado e já pode ser encontrado em CD, graças ao trabalho de Charles Gavin, dos Titãs.

Em 1975, Guilherme Arantes segue para sua bem sucedida carreira solo, estourando nacionalmente em 1976 com o sucesso de "Meu Mundo e Nada Mais", trilha sonora da novela Anjo Mau da Rede Globo. O guitarrista Egydio Conde, por sua vez, foi integrar a banda "Som Nosso de Cada Dia".

No entanto, as atividades do grupo não se encerrariam em 1975, já que, em 1981, três dos membros do Moto Perpétuo - Cláudio Lucci, Gerson Tatini e Diógenes Burani - voltariam a se reunir, desta vez para gravar o álbum São Quixote. A banda foi completada pela vocalista e violonista Monica Marsola. Houve ainda a participação especial de Guilherme Arantes tocando moog e piano em cinco faixas do LP, gravado pelo selo independente Lira Paulistana.

A Bolha

A Bolha foi uma banda de rock brasileira formada em 1965 no Rio de Janeiro, com o nome The Bubbles. Participou ativamente do circuito de bailes, programas de rádio e de tv que existia na capital carioca naquela época.
 No início tocavam apenas covers ou versões de canções e bandas de sucesso da Europa e dos Estados Unidos, mas, no início dos anos 70, passaram a compor canções próprias e chegaram a gravar dois álbuns, em 1973 e 1977. Encerraram as atividades em 1978, mas voltaram a ativa em 2004, chegando a gravar um novo álbum, para então pararem novamente.

Tocaram como banda de apoio para Gal Costa, Leno, Márcio Greyck, Raul Seixas e Erasmo Carlos. Seus integrantes deram origem ou integraram várias bandas que fariam sucesso na década de 1970 e na década seguinte como Bixo da Seda, Herva Doce, A Cor do Som, Roupa Nova e Hanói-Hanói.
Criada em 1965 pelos irmãos César e Renato Ladeira, filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira, que tocavam guitarra solo e ritmo, respectivamente, juntamente com Ricardo no baixo e Ricardo Reis na bateria. A participação de Ricardo no baixo durou apenas algumas semanas devido a diferenças de visão sobre a banda.
 Lincoln Bittencourt foi recrutado para o baixo e, com essa formação, são convidados pela gravadora Musidisc a registrar um compacto simples com duas versões de músicas de sucesso:
Não Vou Cortar o Cabelo, versão de "Break It All" da banda uruguaia Los Shakers, no lado A e Por Que Sou Tão Feio, versão do hit "Get Off Of My Cloud" dos Rolling Stones, no lado B.
O convite se deu nos bastidores da gravação de um programa de tv e o compacto que se seguiu não fez muito sucesso devido a falta de divulgação por parte da gravadora e da banda.
Em 1968, são convidados por seu amigo Márcio Greyck para serem a banda de apoio na gravação de um álbum.
 O álbum é lançado em agosto de 1968[5] e abre portas para a banda, gerando o interesse da PolyGram em lançar um compacto com versões de duas canções dos Beatles extraídas do álbum branco, Ob-La-Di, Ob-La-Da e Honey Pie.
 Esse compacto, assim como outros gravados entre 1966 e 1969 para as gravadoras Musidisc e PolyGram, não foi lançado na época, vindo a luz apenas em 2010 através de uma coletânea lançada no mercado europeu pela Groovie Records.
Ainda em 1968, César decide deixar a banda para se dedicar aos estudos, abandonando a carreira artística.
 Também Lincoln e, posteriormente, Ricardo deixariam a banda.
 Para o lugar deles, entram na banda Pedro Lima na guitarra solo, Arnaldo Brandão no baixo e Johnny na bateria.
 Com essa formação, o som da banda fica mais pesado, passeando por Cream, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Grand Funk Railroad e Black Sabbath mas, ainda assim, continuam como uma das grandes sensações do circuito de bailes de fim de semana carioca, chegando a tocar para mais de cinco mil pessoas.
César Ladeira, que havia deixado a banda em 1968, passou a estudar cinema e trabalhar junto com o avô, o diretor Adhemar Gonzaga, como assistente de direção.
César, então, chama o The Bubbles para tocar no filme Salário Mínimo, de 1970.
A banda participa com a canção de abertura do filme, dublando outra em uma cena e, ainda, com uma canção que toca numa boate em outra cena, todas de autoria do guitarrista Pedro Lima.
Em 1970 ainda ocorreria mais uma mudança de formação: Johnny sai e dá lugar a Gustavo Schroeter na bateria.
Em 1970, foram convidados por Jards Macalé para acompanhar Gal Costa em um show que ela iria fazer na boate Sucata.
 O show tinha cenário de Hélio Oiticica, contava com a participação de um naipe de metais e de grandes músicos, como: Naná Vasconcelos, Márcio Montarroyos, Íon Muniz e Zé Carlos.
A recepção de público e crítica para a banda foi excelente, sendo classificada, anos depois, como "inesperada" por Renato Ladeira.
Este sucesso renderia um convite para que Pedro, Arnaldo e Gustavo acompanhassem Gal em apresentações ao vivo e aparições na tv em Portugal, como o programa de Raúl Solnado gravado no teatro Monumental de Lisboa.
 Depois do programa, os três acompanharam Gal Costa até Londres para visitar Caetano Velloso e Gilberto Gil que estavam exilados e morando na capital inglesa.
 Ficaram uns dias na casa de um brasileiro que conheceram por lá, até se encontrarem todos de novo para participar do Festival da Ilha de Wight.
Foram todos para assistir aos shows, mas, no acampamento do local, faziam jams acústicas que chamavam a atenção de todos a volta.
Gustavo gravava tudo com um gravador de bolso e, um dia, Pedro pegou as fitas e mostrou para o pessoal da organização do festival.
Todos foram convidados para tocar em um dos palcos alternativos ao principal, de forma acústica mesmo.
Assistiram a The Who, The Doors, Sly and the Family Stone, Ten Years After (grupo de Alvin Lee), Chicago, Jethro Tull e Jimi Hendrix. Ainda passariam por Paris alguns dias depois e veriam Rolling Stones e Eric Clapton.
Após essa experiência na Europa, os três voltam para o Brasil e contam para Renato a decisão de seguir outro caminho, fazer música própria, em português, e parar de fazer covers e versões já que, segundo Gustavo, "não dava para fazer igual" a esses caras.
Passam a compor e ensaiar um novo repertório, próprio, e mudam o nome para A Bolha.
Emblemático foi um show que fizeram logo que voltaram do festival (no ginásio do clube Tamoios em Niterói ou no Clube Mauá em São Gonçalo), no qual tocaram apenas o repertório próprio e o público foi saindo no decorrer do show. A partir desse evento decidem fazer uma mudança mais paulatina, inserindo músicas próprias no repertório antigo.
O primeiro grande teste para o novo repertório foi a participação da banda no Festival de Verão de Guarapari, em fevereiro de 1971.
A apresentação deles, assim como todo o festival, foi recheada de problemas.
A mesa de som foi instalada atrás do palco, houve problemas com o governo militar da época e a banda experenciou problemas com os técnicos de som que desligavam o som toda vez que Renato Ladeira girava o microfone imitando o Roger Daltrey do Who.
Com a fama adquirida no show com Gal Costa e também no festival, são chamados por um produtor da CBS para tocar no novo LP de Leno.
 Este produtor era ninguém menos do que Raul Seixas que trabalhava na gravadora nesta época. Eles foram a banda da gravação do álbum Vida e Obra de Johnny McCartney, que teve várias faixas censuradas pelo governo militar, acabando sendo lançado na época apenas um compacto duplo com 4 faixas. Apenas em 1995, Leno lançou o álbum como fora previsto na época.
Ainda em 1971, participam do VI Festival Internacional da Canção defendendo a música 18:30 de Eduardo Souto Neto e Geraldo Carneiro.
 Como era comum na época, era lançado um compacto com as músicas concorrentes no festival e a banda aproveitou e incluiu Sem Nada no lado A e ainda Os Hemadecons Cantavam em Coro Chôôôô no lado B. O compacto foi lançado pela gravadora Top Tape.
 Também participaram da gravação do compacto duplo de Gal Costa, Gal, em duas músicas: Zoilógico e Vapor Barato.
Após quase um ano sem tocar em lugar nenhum, em 1973 lançam seu primeiro álbum, Um Passo à Frente, pela gravadora Continental. O álbum traz músicas com um toque mais progressivo, chegando algumas a ter dez minutos de duração. O álbum não foi bem recebido pelo público, tendo vendagem pequena.
No ano seguinte, participam da gravação do primeiro compacto duplo de Raul Seixas com Não Pare na Pista, Trem das Sete, Como Vovó já Dizia e Se o Rádio Não Toca, tocando em Não Pare na Pista e Como Vovó já Dizia.
Como as coisas esfriaram e ficaram meio fracas, Gustavo Schroeter foi para o Veludo e Arnaldo Brandão saiu da banda. Entram Serginho Herval, na bateria, e Roberto Ly, no baixo. Com esta formação, participam do festival Banana Progressiva, em 1975.
Ainda em 1975, Renato Ladeira deixa a banda para tocar no Bixo da Seda e para o seu lugar é escolhido Marcelo Sussekind.
Em 1977 gravam o seu segundo disco, É Proibido Fumar cujo som marca uma volta ao rock clássico e ao hard rock, mais próximo do som da Jovem Guarda.
Renato Ladeira participaria do disco apenas como compositor.
 A seguir realizam uma turnê abrindo para Erasmo Carlos sendo que, na sequência, tocavam como banda de apoio do artista.
Esta turnê contou com a volta de Renato Ladeira nos teclados, tornando a banda um quinteto.
Durante a turnê a banda grava o álbum novo de Erasmo, Pelas Esquinas de Ipanema, que sairia em julho de 1978. Logo após o fim da turnê, a banda encerra as suas atividades.
Vários componentes de A Bolha tocaram com músicos famosos da MPB, como Caetano Veloso e Raul Seixas. Além disso outros grupos surgiram a partir da desfragmentação, como A Cor do Som, Herva Doce, Outra Banda da Terra (que acompanhou Caetano Veloso), Roupa Nova e Hanói-Hanói, entre outros.

Tutti Frutti

Tutti Frutti foi uma banda brasileira de rock, formada no início dos anos 70 por músicos do bairro da Pompeia, em São Paulo. Entre 1973 e 1978, liderada pelo guitarrista Luis Sérgio Carlini, a banda foi o grupo de apoio de Rita Lee, após a saída da cantora dos Mutantes. Com ela tornaram-se um dos grandes nomes do rock brasileiro na década de 70 e gravaram várias músicas de sucesso nacional, como Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roque Enrow, Ovelha Negra, Corista de Rock, Miss Brasil 2000 e Jardins da Babilônia. A banda ainda continuaria sua carreira com um novo vocalista, mas encerraria suas atividades em 1981. Voltaram em 2007 com nova formação e apresentam-se de forma errática até os dias de hoje.
Tudo começou em 1971, no bairro da Pompeia, na capital paulista. Três amigos de origem italiana, o guitarrista Luis Sérgio Carlini, o baixista Lee Marcucci e o baterista Emilson Colantonio, formaram uma banda para tocar rock chamada Coqueiro Verde.
 No ano seguinte, após alguns shows em pequenas casas noturnas e, também, devido a influência das substâncias químicas bastante em voga na época (como o ácido lisérgico), a banda trocaria seu nome para Lisergia.
Tocando na noite paulista, e com Carlini já sendo notado pela sua qualidade como guitarrista, acabaram sendo vistos por Rita Lee.
Rita havia deixado Os Mutantes em outubro de 1972 e tinha de montado uma dupla feminina com Lúcia Turnbull, o Cilibrinas do Éden, e a primeira apresentação da dupla acabou sendo no primeiro dia do festival Phono 73. Por um acaso, sua apresentação acabou ocorrendo logo antes da apresentação dos Mutantes.
 Com a recepção fria do público ao seu projeto acústico, Rita Lee decidiu que precisava de um grupo de rock para acompanhá-las.
 A "descoberta" da banda por Rita acabou levando a um convite para que eles passassem a ser a banda de apoio dela.

Rita Lee & Tutti Frutti
Apesar de ter gostado da banda, Rita não gostava do nome.
A busca por um novo nome para a banda acabou tendo fim quando Rita e sua empresária Mônica Lisboa montaram um show, que ficaria em cartaz no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, de 15 de Agosto até 16 de Setembro de 1973, para o lançamento da nova carreira da primeira.
 O nome do show era "Tutti Frutti", porque contava com toda uma parafernália que era usada durante o show: projeção de slides, super-8, luzes coloridas, etc.
 A ideia inicial era lançar um disco ao vivo com as apresentações no teatro, mas a PolyGram, gravadora de Rita Lee, vetou a ideia.

Com a saída de Turnbull no ano seguinte, a substituição de Colantonio na bateria por Franklin Paolillo, a entrada de Paulo Mauricio nos teclados e a troca de gravadora de Rita, da Phillips para a Som Livre, a banda gravou com ela alguns de seus maiores sucessos, como Bandido Corazón, Mamãe Natureza, Miss Brasil 2000, Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roquenrou e Ovelha Negra, do disco Fruto Proibido, disco considerado obra-prima de Rita - e que a edição brasileira da revista Rolling Stone considera o 16º melhor disco brasileiro de todos os tempos em qualquer gênero - cujo solo final de Carlini é a marca registrada da música até os dias de hoje,

O registro do show de Rita Lee & Tutti Frutti no "Hollywood Rock" de 1975, pode ser visto no documentário Ritmo Alucinante, do mesmo ano.
Em 1978, já com Roberto de Carvalho integrando a banda como tecladista, Carlini resolve deixar o grupo, insatisfeito com sua posição secundária na banda - ele era o autor de várias músicas com Rita - e leva consigo o nome, registrado por ele desde 1973, formando então um novo grupo com o mesmo nome, com o vocalista Simbas, ex-Casa das Máquinas, o baixista Walter Balot e o baterista Juba Gugel, enquanto seu parceiro e cofundador do Tutti Frutti original, Lee Marcucci, continuou com Rita.

A nova banda continuou com shows e um novo disco próprio da gravadora Capitol, que, demorando a ser lançado, graças a uma música censurada e que a banda queria que constasse dele de qualquer maneira, não fez sucesso. A banda terminou no começo dos anos 80.

Em 1997, retornaram aos palcos por 10 anos com a cantora Helena Theodorellos, o baixista Mr. Ruffino, Franklin Paolillo na bateria e Johnny Boy nos teclados. Esta formação fez muito sucesso na noite paulistana e várias turnês pelo país, terminando em 2007 com a saída de Helena Theodorellos. Atualmente a banda continua na ativa com a cantora Sol Ribeiro. Há alguns anos, Carlini tem feito pequenos shows e gravações com ex-integrantes do Tutti Frutti, como Marcucci e Franklin Paolillo, ensaiando uma nova volta, ainda não concretizada.

Formações:
Atualmente

Luis Sérgio Carlini: guitarras - vocais
Roy Carlini: guitarras
Mr. Ruffino: baixo
Johnny Boy: teclados
Sol Ribeiro: vocal
Rubens Nardo: vocais
Gilberto Nardo: vocais
Franklin Paolillo:bateria
Discografia:
Estúdio

1974 - Atrás do Porto Tem uma Cidade
1975 - Fruto Proibido
1976 - Entradas e Bandeiras
1978 - Babilônia

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

SEPULTURA

Poucos imaginavam que aqueles despretensiosos garotos iriam voar tão longe. Como muitos sabem o SEPULTURA nasceu como uma brincadeira no começo dos anos 80 na cidade de Belo Horizonte. Mas o destino foi generoso, e não brincava, quando colocou no caminho do metal Paulo Jr. (bx), Jairo Guedez (g), Max (g) e Igor Cavalera (bt).

O Death Metal Brasileiro ainda engatinhava quando o SEPULTURA lançou sua primeira gravação, o famoso split álbum BESTIAL DEVASTATION/SÉCULO XX (85), dividido com os conterrâneos mineiros do OVERDOSE. Músicas extremas como'‘Bestial Devastation' e 'Antichrist' mostravam à que vinha a banda, e começava a crescer uma legião de fãs pelo Brasil. Após este primeiro passo, foi inevitável ao SEPULTURA realizar a grande experiência musical da banda de metal surgida do nada, um disco próprio.

E nasceu MORBID VISIONS (86), um álbum memorável, apesar da produção precária. Como na gravação anterior há bons riffs e músicas, um exemplo é o hino 'Troops of Doom'. O disco proporcionou o começo dos shows pelo Brasil, mas também a despedida de Jairo Guedez.

O SEPULTURA crescia com uma velocidade sem precedentes na cena brasileira. E conseguiram sem demora preencher a vaga deixada por Jairo, com o excelente músico Andreas Kisser, dotado de um estilo inovador e arrojado. Foi em seguida lançado SCHIZOPHRENIA(87), um álbum cheio de gás novo que logo tornou-se um marco do metal brasileiro devido á boa produção e músicas marcantes ( 'Escape to the void' e a instrumental 'Inquisition Symphony', entre outras). Em turnê, a banda foi escalada para tocar em lugares de difícil acesso, como Manaus no Amazonas.

A partir deste ponto o SEPULTURA passou a despertar interesse mundial. O furor provocado pelo SCHIZOPHRENIA fez com que houvesse um lançamento pirata do disco por uma gravadora européia, que chegou á inacreditável marca de 30.000 cópias vendidas (porém sem a banda poder usufruir dos direitos autorais).

Após a boa repercussão do disco de 1987, o SEPULTURA continuou a galgar os degraus da fama, assinando um contrato de longos anos com a gravadora Holandesa RoadRunner. Isso possibilitou à banda gravar aquele que veio a ser um dos discos mais respeitados da história do metal mundial. BENEATH THE REMAINS(89), é até hoje uma grande referência. Foi gravado no Brasil, e apesar do orçamento apertado trouxeram o produtor norte-americano Scott Burns. Ele foi uma peça fundamental devido á sua experiência. Proporcionou condições favoráveis de trabalho para a banda e os ensinou a trabalhar como profissionais, passando informações valiosas aos músicos iniciantes. O produtor mixou e masterizou o trabalho em sua terra natal, algo inédito para uma banda de metal brasileiro na época.

Lançado o disco o SEPULTURA partiu para sua primeira turnê internacional, viajando pela Europa junto com os alemães do Sodom, Estados Unidos, e México. A banda chamou atenção por onde passou e seu nome despontou na mídia mundial. Nesta turnê encontraram uma de suas fontes de inspiração, Lemmy Kilmister e seu Motörhead, cruzaram o muro de Berlim ainda na época da guerra fria, e até conheceram o Metallica (banda muito forte na época). Foi gravado nesta época o primeiro vídeo clipe do SEPULTURA, 'Inner Self ', que tal qual 'Mass Hypnosis' e ‘Beneath the Remains’, tornou-se um clássico da banda.

A história continua com o disco ARISE (91). Curiosamente ele foi lançado antes no Brasil devido ao festival Rock in Rio II, no qual o SEPULTURA foi um dos destaques. Esta versão antecipada leva o título ARISE ROUGH MIXES.

Logo a apresentação no Rio a banda promoveu um show gratuito em São Paulo na praça Charles Müller em frente ao estádio do Pacaembu. A audiência de aproximadamente quarenta mil pessoas mostra a força que o SEPULTURA já possuía. Infelizmente algumas pessoas confundiram o espírito de confraternização dos fãs, e um rapaz foi assassinado. Esta fatalidade criou um falso mito sobre o público da banda, que repercutiu por muitos anos negativamente fazendo com que muitos produtores de shows Brasileiros temessem marcar shows com o grupo.

No exterior, por sua vez, a turnê do ARISE foi longa e passou por lugares longínquos e inéditos como Grécia e Japão. Na Austrália foi lançado um dos primeiros singles oficiais da banda, o ‘Third World Posse’. Outros singles deste álbum são 'Under Siege' e 'Dead Embryonic Cells'.

Na Holanda tocaram estrearam em um festival internacional de grande repercussão, o ‘Dynamo Open Air’, para mais de trinta mil pessoas. E atraíram mais de 100.000 fãs, nas duas apresentações feitas em estádios, quando estiveram na Indonésia. Lá também foram premiados com fitas cassetes de ouro pelas excelentes vendas.

Gravaram os clipes de ‘Arise’ e ‘Dead Embryonic Cells’, e lançaram seu primeiro home-vídeo, ‘Under Siege’, que foi gravado em Barcelona, Espanha. Com todos estes acontecimentos ligados ao disco ARISE o SEPULTURA firmou seu nome mundo a fora.

CHAOS A.D. (93) foi um dos passos mais importantes da história da banda. O SEPULTURA optou por um lado musical nunca antes explorado, misturando seu som brutal com elementos de música popular e com isto definiram a linha musical de vanguarda que se tornou sua marca registrada.

O lançamento do CHAOS A.D. foi em grande estilo, em um castelo medieval na Inglaterra e com a presença de boa parte da imprensa mundial. O SEPULTURA foi capa de muitas revistas por todo o mundo. Nesta turnê a banda foi até Israel gravar o clipe da música ‘Territory’, também lançada como single. Este vídeo foi eleito o melhor Vídeo Clipe do ano pela MTV Brasil, que levou a banda á Los Angeles para receber o astronauta de prata.

Outros clipes/singles tirados deste álbum foram ‘Refuse/Resist’ e ‘Slave New World’, e o home-vídeo ‘Third World Chaos’.

Nesta turnê o SEPULTURA foi a primeira banda de Metal da América Latina a se apresentar no famoso e tradicional festival “Monsters of Rock”, no Donington Park, Inglaterra. E também a primeira banda do Brasil a tocar na Rússia.

De volta á terra natal a banda foi convidada a tocar no festival ‘Hollywood Rock’ só após um abaixo-assinado feito pelo fã clube oficial brasileiro. Isso devido ao boicote por parte dos organizadores do evento, amedrontados com triste incidente em SP anos atrás.

Outro momento que deve ser registrado é o projeto paralelo de Max e Alex Newport, NAILBOMB, que teve o suporte de Andreas, Igor e Dino Cazares. A dupla lançou um disco, POINT BLANK, e se apresentou no ‘Dynamo Open Air’. O que resultou no Disco ao Vivo PROUD TO COMMIT COMMERCIAL SUICIDE, virando algo culto entre os fãs da banda.

A concepção do disco ROOTS (96) começou com a experiência musical e espiritual que o SEPULTURA teve com a tribo dos índios XAVANTES. A música 'Itsari' foi gravada na Aldeia Pimentel Barbosa no ano de 1995, ás margens do Rio das Mortes no Estado de Mato Grosso. Já o restante do álbum foram feitas em Malibu no estúdio Índigo Ranch, dotado de instrumentos de idade avançada, e fazendo da gravação a mais crua o possível.

Neste disco a banda mergulhou fundo nas experiências musicais. Os clipes/singles foram 'Roots Bloody Roots' gravado na cidade de Salvador; 'Attitude' que teve fotos de tatuagens de fanáticos por SEPULTURA como capa e contou com a participação especial da família Gracie no vídeo clipe. 'Ratamahatta' foi um clipe diferente de todos os anteriores do SEPULTURA, feito todo em animação gráfica computadorizada. Ainda foi lançado o disco duplo THE ROOTS OF SEPULTURA, no qual um dos discos conta boa parte da história musical da banda, e o segundo é o álbum ROOTS.

O SEPULTURA continuava fazendo suas incansáveis turnês pelo mundo, só que o ambiente interno era de desgaste. A banda foi convidada para se apresentar nos maiores festivais europeus, e novamente no 'Monsters of Rock' como uma das principais atrações. Porém o destino impediu Max de se apresentasse no festival, já que o grande amigo da banda, filho da empresária e afilhado do vocalista (Dana Wells) havia falecido. E em uma das mais importantes apresentações da carreira da banda o SEPULTURA estava como um trio. Neste dia contaram com a ajuda de diversos amigos para conseguir fazer o show, pois a notícia havia sido um grande choque para todos.

O público presente entendeu a situação e fez um minuto de silêncio a pedido da banda, uma cena que dificilmente se repetirá com tamanha multidão.

Após um breve luto, o SEPULTURA precisou voltar a estrada, pois haviam muitos compromissos agendados. A banda estava no topo da pirâmide e o respeito e admiração que desfrutavam era fora do comum. Infelizmente os constantes desentendimentos com sua empresária Glória, que é esposa do Max, fizeram a banda chegar numa encruzilhada, e a Sepultribo se separou. Andreas, Igor e Paulo tinham a convicção de que a empresária já não estava mais os representando do jeito que deveria e comunicaram sua decisão de não renovar seu contrato de trabalho. Havia a opção de que ela continuar a cuidar dos interesses de Max. Ele não aceitou a decisão dos companheiros e abandonou o SEPULTURA, achando estar sendo injustiçado. A partir de então as trevas caíram sobre o SEPULTURA e o futuro era incerto.

Com o tempo a banda acostumou-se á nova situação imposta. Sabia que não iria parar o trabalho de uma vida toda dessa forma e tampouco podiam deixar seus fãs órfãos. O SEPULTURA é mais que entretenimento, é uma ideologia. E assim que puderam começaram a escrever seu próximo álbum, como um trio. Max formou sua própria banda (SOULFLY).

Igor, Paulo e Andreas passaram a escrever de uma nova forma. Agora o baixo ganhou uma importância ainda maior, como base das músicas. Andreas assumiu os vocais, mas nunca havia cantado antes e não se sentiu á vontade no posto. Decidiram encontrar um novo vocalista para o SEPULTURA.

As fitas de demonstração chegaram em grande quantidade aos escritórios da RoadRunner, e o processo de seleção não foi fácil. Um pequeno grupo de finalistas foi selecionado, e os candidatos receberam uma fita com músicas nas quais deveriam trabalhar (inclusive escrevendo letras) antes de encontrarem a banda para os testes. Os testes finais aconteceram no Brasil, porque para fazer parte do SEPULTURA é imprescindível gostar do país e se identificar com a cultura local. Também foi levado em conta a integração e a afeição entre o grupo.

Desde o começo da procura, a voz e a aparência de Derrick Green impressionou. Quando ele esteve no Brasil para os testes sentiu-se em casa, virou Palmeirense, e se entendeu extremamente bem com a banda. Ele preenchia todos os requisitos necessários, e se tornou parte da família.

A maior parte das músicas já estava pronta, esperando a gravação dos vocais, e a banda estava sob pressão para lançar o disco, mas trabalharam buscando a perfeição. Em 1998 foi lançado AGAINST, um álbum empolgante, de composições e letras fortes. Muitos sentimentos foram traduzidos neste disco, o resgate da autoconfiança, a vontade da volta à estrada.

AGAINST contou com a participação de amigos de longa data da banda. João Gordo em ‘Reza’ e Jason Newsted em ‘Hatred Aside’; e também o grupo de percussão japonês KODO hospedou a banda na ilha de Sado, onde vivem, e lá gravaram a faixa ‘Kamaitachi’.

Era chegada a hora de reencontrar fãs e deixar claro que as fofocas propagadas pela mídia (que anunciou o fim da banda) não passavam de grandes mentiras. O primeiro show do AGAINST foi um grande evento beneficente em São Paulo, o BARULHO CONTRA FOME.

Apesar de feito vários shows com suas antigas bandas, o Derrick nunca havia se apresentado para um público tão fiel, exigente e numeroso como os fãs brasileiros do SEPULTURA. Para tanto a banda ensaiou tocando em uma casa de shows pequena em Los Angeles (Brick by Brick), usando o nome ‘TROOPS OF DOOM’.

O BARULHO CONTRA FOME foi um grande sucesso, que os 30.000 fãs presentes lembrarão para sempre. Convidados muito especiais tocaram aquele dia. Mike Patton veio da Itália para o show. Jason Newsted veio dos Estado Unidos. E os índios Xavantes enfrentaram a selva de pedra da metrópole. Carlinhos Brown veio da Bahia. Jairo Guedez matou as saudades da ex - banda, e o lendário Zé do Caixão abençoou a banda. A crítica e a empolgada audiência receberam calorosamente o Derrick na Sepultribo.

Saíram do AGAINST os singles ‘TRIBUS’, ‘AGAINST’ e ‘CHOKE’ (este último ganhou um vídeo clipe gravado durante o BARULHO CONTRA FOME). A turnê rodou o mundo todo e foi bem sucedida. O SEPULTURA tocou pela primeira vez com os gigantes do metal SLAYER, pondo fim ao mito sem fundamentos de que as bandas não se davam bem. E para a alegria dos fãs brazucas de longa data fizeram uma turnê nacional, após anos de espera.

Finda a turnê os quatro músicos estavam ansiosos para começar a trabalhar o próximo disco. A época do AGAINST será sempre lembrada como o oxigênio da carreira do SEPULTURA, inspirado quando mais precisaram e que lhes deu força para construir toda uma Nação.

NATION (2001) é um álbum que já nasce vitorioso e brilhante, inclusive como disco de ouro. Andreas, Paulo, Derrick e Igor criaram um lugar utópico, para as pessoas que importam: fãs, amigos e famílias. A letra de ‘SEPULNATION’ é auto-explicativa, a música do SEPULTURA é sua arma, e eles a usam com destreza.

Graças á ajuda da vasta Sepultribo na Internet, a banda foi convidada para tocar na terceira edição do Rock in Rio. Lá o NATION foi apresentado á multidão de 150.000 pessoas, não havia um ser que não estivesse empolgado naquela memorável noite de janeiro (apesar de alguns veículos da imprensa nacional ainda não aprenderem a respeitar um dos maiores fenômenos da música brasileira, o mundo viu com certeza o poder de fogo que os espera). Entraram no palco ao som do hino ‘VALTIO’, feito com a colaboração dos músicos finlandeses do APOCALYPTICA.

Também colaboraram na Nação os músicos Jello Biafra e Dr. Israel, e quota pensamentos de gente brilhante (Madre Teresa de Calcutá, Albert Einstein, Gandhi e o 14o Dalai Lama).

O disco mostra um SEPULTURA maduro, cicatrizado e consciente. Resultado da estabilidade proporcionada por Derrick, que participou ativamente na composição do álbum. Seu crescimento na banda é explícito.

Capital Inicial

Capital Inicial é uma banda de rock brasileira formada em Brasília, Distrito Federal, em 1982, depois que o grupo Aborto Elétrico encerrou as atividades, dando início também à banda Legião Urbana. A banda é composta pelo vocalista Dinho Ouro Preto, o baixista Flávio Lemos, seu irmão e baterista Fê Lemos, o guitarrista Yves Passarell e pelos músicos de apoio Robledo Silva (teclado e violões) e Fabiano Carelli (guitarra e violão).
Em 1978, Fê Lemos, voltou de uma estadia na Inglaterra para Brasília, onde seu pai dava aulas na Universidade de Brasília (UnB).
 Ele se juntou a um grupo de jovens fãs de punk rock do conjunto de quatro prédios, apelidado "Turma da Colina", que incluía Renato Russo.
 Os dois mais o sul-africano André Pretorius fundaram a banda Aborto Elétrico, com Renato no baixo, André na guitarra e Fê na bateria. A banda não possuía ninguém no vocal.
Pretorius teve de voltar para a África do Sul para cumprir o serviço militar, então Renato se tornou guitarrista e cantor, enquanto que o irmão de Fê, Flávio Lemos, assumiu o baixo.
A banda logo se tornou uma das mais populares de Brasília, e um dos seus maiores fãs era Dinho Ouro Preto, um velho amigo de Renato que comparecia a todos os shows.
Em 1983, Fê e Renato se desentenderam, causando a saída do cantor e a extinção do Aborto Elétrico. Os irmãos Lemos chamaram o ex-guitarrista da Blitx 64, Loro Jones, e uma cantora, Heloísa, para formar outra banda, o Capital Inicial. Depois de um mês tocando em um teatro da Associação Brasiliense de Odontologia com a Plebe Rude e a nova banda de Renato, a Legião Urbana, por pressão dos pais Heloísa sai da banda. Os Lemos fazem uma audição para um novo cantor, e Dinho Ouro Preto assumiu o cargo. Dinho insistiu para que a banda incluísse canções do Aborto no repertório, e mais tarde chamou Renato para concluir a letra de "Música Urbana", que se tornaria um dos primeiros sucessos do Capital.
 Dinho e Jones haviam antes tocado juntos na banda Dado e o Reino Animal, que incluía os futuros membros da Legião Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Três meses depois, em julho de 1983, estreiam com um show na Unb, tocando em seguida em São Paulo (SESC Pompeia) e no Rio de Janeiro (Circo Voador).

A banda segue em constantes viagens e apresentações nos principais palcos do underground do rock brasileiro. Em 1984, o ritmo cada vez maior de viagens indica a necessidade de estarem mais próximos do seu principal mercado, as regiões Sudeste e Sul. No final do ano assinam seu primeiro contrato fonográfico, com a CBS (atual Sony), e se mudam para São Paulo no início de 1985. Logo em seguida lançam seu primeiro registro em vinil, o compacto duplo Descendo o Rio Nilo/Leve Desespero. Ainda neste ano integram o elenco da trilha sonora do primeiro "filme-rock" brasileiro, Areias Escaldantes, de Francisco de Paula, ao lado de Ultraje a Rigor, Titãs, Lobão e os Ronaldos, Ira!, Metrô, Lulu Santos e May East.
O primeiro LP, Capital Inicial, já pela Polygram, foi lançado em 1986 e recebeu ótimas críticas. "Um rock limpo, vigoroso, dançante e sobretudo competente, a quilômetros de distância da mesmice que assaltou a música pop brasileira nos últimos tempos", assim o jornalista Mário Nery abre a crítica ao disco na Folha de S.Paulo.
O álbum trazia faixas como "Música Urbana", "Psicopata", "Fátima", "Veraneio Vascaína", "Leve Desespero" entre outras. Em 1987, contando com o tecladista Bozzo Barretti em sua formação, o Capital Inicial lança seu segundo disco, Independência, emplacando "Prova", "Independência" e a regravação de "Descendo o Rio Nilo".
Nesse ano, é convidado para abrir os shows da turnê do cantor inglês Sting em São Paulo (estacionamento do Anhembi), Rio de Janeiro no Maracanã, Belo Horizonte no Estádio Independência, Brasília no Estádio Mané Garrincha e Porto Alegre no Estádio Olímpico Monumental. Você não Precisa Entender chega as lojas de todo o país em 1988, com "A Portas Fechadas", "Pedra Na Mão" e "Fogo". O ano de 1989 marca o lançamento do álbum Todos os Lados, com as faixas "Todos os Lados", "Mickey Mouse em Moscou" e "Belos e Malditos". Em 1990 participam do festival Hollywood Rock, realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro. O álbum Eletricidade, lançado em 1991, marca o início de mudanças no Capital Inicial, começando pela gravadora. O álbum, lançado pela BMG, trazia uma versão para "The Passenger", de Iggy Pop, batizada de "O Passageiro", e composições como "Cai a Noite", "Kamikaze" e "Todas as Noites". Neste mesmo ano, participam da segunda edição do festival Rock in Rio. O clipe "O Passageiro", foi todo gravado utilizando uma câmera PXL-2000 que armazenava imagens em preto e branco em uma fita cassete de áudio.
Em 1992, Bozzo Barretti deixa o grupo, e em 1993, divergências musicais e pessoais levam o vocalista Dinho Ouro Preto a seguir carreira solo. Enquanto isso, o Capital Inicial, agora com o santista Murilo Lima (ex-banda Rúcula) nos vocais, lança Rua 47 em 1995. Em 1996 a banda lança Capital Inicial Ao Vivo, o primeiro pela Qualé Cumpadi Records, gravadora independente que a banda monta, e o segundo pela Rede Brasil Discos, atual Alpha Discos.
Em março de 1998 em São Paulo, após o lançamento, pela Polygram, do álbum O Melhor do Capital Inicial, os quatro integrantes originais decidem voltar aos palcos. Dinho Ouro Preto, Loro Jones, Fê Lemos e Flávio Lemos voltam à estrada com um novo show, uma comemoração aos 15 anos da banda e aos 20 anos do nascimento do rock candango. O repertório traz sucessos, faixas pouco conhecidas e composições de bandas que fizeram parte da cena de Brasília nos anos 80, como Plebe Rude, Legião Urbana e Finis Africae.
Em julho do mesmo ano a banda assina com a gravadora Abril Music, e em setembro ruma para Nashville no Tennessee, EUA, onde gravam Atrás dos Olhos. Este disco é produzido por David Zá, que entre outros trabalhou com artistas como Prince, Billy Idol e Fine Young Cannibals. Este mesmo ano de 1998 assiste ainda ao lançamento de mais duas coletâneas pela Universal (ex-PolyGram): um álbum da série Millennium, com vinte músicas pinçadas dos quatro primeiros discos, e um álbum de canções do grupo remixadas por produtores e DJs famosos do Brasil.
O ano de 1999 é dedicado à turnê brasileira. Surge a ideia de fazer um disco ao vivo, juntando novos e antigos sucessos. Rapidamente esta ideia se transforma no projeto de um disco acústico, em parceria com a MTV. O último ano do século XX começa com a banda se preparando para a gravação do Acústico MTV, que acaba ocorrendo em março com a participação do cantor e compositor Kiko Zambianchi. O disco é lançado no dia 26 de maio.
Em 2001, a banda faz um aclamado show no terceiro Rock in Rio diante de uma plateia de 250 mil pessoas.
Em fevereiro de 2002, Loro Jones sai da banda. O guitarrista reclamou do excesso de tempo trabalhando, com mais de 150 shows na década recém-iniciadas, e o agravante do fato de que ao contrário dos companheiros de banda Jones ainda residia em Brasília, levando-o a constantes deslocamentos para São Paulo. Yves Passarel, da banda Viper, assumiu o posto.
O álbum Eu Nunca Disse Adeus é lançado em 2007, com o primeiro single "Eu Nunca Disse Adeus". Em 2008, lança o álbum ao vivo Multishow ao Vivo:
Capital Inicial em Brasília para comemorar os 25 anos da carreira.
 O disco foi gravado em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, no dia 21 de abril, aniversário da cidade e que contou com mais de 1 milhão de pessoas na plateia. Participaram do show os músicos convidados Robledo Silva e Fabiano Carelli.
 A primeira música de trabalho do álbum foi "Algum Dia", e a segunda "Dançando com a Lua".
No sábado do dia 31 de outubro de 2009, a banda estava fazendo um show em Patos de Minas, Minas Gerais, quando Dinho Ouro Preto teve uma queda de três metros de altura do palco. Dinho sofreu traumatismo craniano leve e uma fratura na costela; e após cinco dias de internação, o cantor voltou para a UTI por causa de uma infecção. No dia 30 de novembro, Dinho saiu do hospital, depois de quase um mês internado. Após deixar o hospital Dinho e os integrantes da banda entraram em estúdio para a gravação do décimo quinto álbum do grupo Das Kapital. O disco traz algumas canções que contam um pouco do drama vivido por Dinho. Lançado no dia 2 de junho de 2010, o primeiro single do álbum foi "Depois da Meia Noite", liberado para as rádios de todo Brasil, e depois "Como se Sente", "Vivendo e Aprendendo" e "Vamos Comemorar" a pedido dos fãs. Segundo Dinho, Das Kapital marca o início de uma terceira fase do Capital, depois da inicial e do retorno, "dos discos mais com a nossa cara, com o tipo de som que a gente gosta".
 A banda também tocou no Rock in Rio 2011, no dia 24 de setembro, abrindo o show para os californianos do Red Hot Chili Peppers.
No dia 10 de dezembro de 2012, lançam um novo álbum, Saturno. O disco teve a produção de David Corcos, e contém 13 faixas, incluindo os singles "O Lado Escuro da Lua" e "Saquear Brasília". No ano seguinte são confirmados no Rock in Rio 2013, no dia 14 de setembro, mesmo dia da banda Muse.
Em 2015, o Capital Inicial decidiu gravar um segundo álbum acústico em Nova York. Acústico NYC teve na maior parte do seu repertório canções gravadas após o Acústico MTV, fora três composições inéditas, uma canção dos anos 80 ("Belos e malditos") e covers de Legião Urbana e Charlie Brown Jr. Lenine e Seu Jorge fizeram participações especiais, e os violões tiveram as adições do produtor Liminha e do ex-Charlie Brown Thiago Castanho.
Em um show em Manaus, no dia 15/04/2016 o vocalista comentou a participação do músico Lenine no disco.
"Quando convidamos o Lenine, pensamos que ele fosse querer tocar nossas músicas mais complicadas. Mas foi exatamente o contrário, logo no nosso primeiro encontro ele pediu para cantar algumas das nossas canções mais populares", revelou Dinho, referindo-se a "Não olhe para trás" e "Tempo perdido", da Legião Urbana.